SUPERVISÃO DOS ACADÊMICOS DE MEDICINA DA UFRJ

As doutoras e professoras da UFRJ Sônia Ruth e Fátima Wakoff realizaram nesta manhã, 24 de março, supervisão dos acadêmicos do terceiro período do curso de Medicina que realizam estágio na disciplina AIS - Atenção Integral à Saúde.

Neste dia, recebemos 3 acadêmicos do 11º período do curso de Medicina que iniciarão o Internato Rotatório de 8 semanas na unidade. Onde serão incorporados às equipes para conhecer a atuação dos profissionais da Clínica da Família Felippe Cardoso, conhecendo e vivenciando sobre os quatro atributo da APS :

1. Acesso: O serviço de APS deve ser a principal porta de entrada de sua população para o sistema de saúde. Isso significa que as pessoas devem nos procurar a cada vez que surgir um novo problema de saúde ou exacerbação de um problema antigo, e que nós devemos estar disponíveis para atendê-las em tempo oportuno. Vocês perceberão que trabalhamos com agendas com poucas marcações, para garantir acesso às pessoas que nos procuram de forma não programada. Dar resposta às pessoas quando elas sentem necessidade de cuidados em saúde é um compromisso importante dos serviços de APS.

2. Longitudinalidade: O serviço de APS deve ser reconhecido e utilizado por sua população como fonte regular de cuidados de saúde ao longo do tempo.O acompanhamento regular favorece a criação de vínculo entre a pessoa e a equipe de saúde, e permite um maior conhecimento dos profissionais a respeito de seus pacientes. Logo no início, vocês perceberão que a maioria de nossas consultas não são primeiras vezes, e sim, retornos de pacientes que já acompanhamos; ao longo do ano, vocês mesmos já reconhecerão alguns usuários e poderão revê-los em consultas.

3. Integralidade: pressupõe que a APS reconheça toda e qualquer necessidade de saúde de um indivíduo e disponibilize os recursos necessários para manejá-las adequadamente. Uma APS forte deve ser resolutiva, ou seja, estar apta a resolver a maior parte das demandas de seus usuários sem necessidade de encaminhamento para outros níveis assistenciais. Na CFFC, vocês poderão participar ao longo do ano de uma ampla variedade de atendimentos e ações de saúde, que compõem a nossa carteira de serviços. Muito importante: mesmo quando um usuário necessita de cuidados em outros serviços de saúde, essa necessidade deve também ser abordada pela APS. Vocês nunca deverão ver um de nossos profissionais dizer a uma pessoa: "Não, nós não cuidamos desse tipo de problema aqui, procure outro lugar". Isso porque o nosso olhar é para a pessoa, e não para a doença que ela tem.

4. Coordenação do cuidado: este atributo diz respeito à capacidade de integrar os cuidados prestados por diferentes profissionais e serviços de saúde, de modo que todos estejam voltados para um objetivo comum. Em termos práticos, a APS deve determinar quando e porque seus usuários necessitam de cuidados em outros serviços, providenciar o atendimento e posteriormente verificar se foi realizado e se solucionou as questões que determinaram a necessidade de referência. Porém, mais do que etapas burocráticas, trata-se da responsabilização pelo usuário, independente de qual o nível assistencial que ele esteja acessando no momento. No município do Rio de Janeiro, a APS desempenha um papel de destaque na coordenação do cuidado, ao atuar como reguladora das vagas para consultas e procedimentos realizados em outros serviços, através do SISREG, sobre o qual vocês certamente ouvirão falar em breve.